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Para assistir em casa: outubro começa com a décima edição Olhar de Cinema

Selecionamos alguns filmes para você mergulhar (online) na programação do Festival Internacional de Curitiba

Nesta décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba – nós da Trópico queremos convidar você não só para “ver filmes bons”, mas para se abrir a novas formas de enxergar o mundo a partir dessa curadoria. Dos 77 filmes, disponíveis entre 6 e 14 de outubro, fizemos algumas apostas para ilustrar como a diversidade de temáticas, linguagens e identidades formam o audiovisual em que acreditamos. Desejamos que este encontro – ainda que online – fomente a curiosidade da troca e inspire novos modos de ver e fazer cinema.

Ao longo das dez edições do Olhar, é interessante notar a transformação do festival, acompanhando a agenda do Brasil e do mundo ao longo do tempo. São mostras, conversas, seminários, laboratórios… sempre criando pontes entre filmes, cineastas e público.  E é neste sentido que propomos aqui a reflexão sobre o que leva à escolha de “O Dia da Posse”, de Allan Ribeiro, a abrir esta edição do festival, por exemplo. Ou então por que a Mostra Foco nos traz a filmografia do cineasta palestino Kamal Aljafari, ou ainda por que “Nós”, de Letícia Simões, é o filme de encerramento. 

O mais legal de Festivais – ainda que estejam no formato online – é poder conhecer o que está rolando na produção independente e como o cinema resiste, apesar de tudo. Claro que sentimos falta de estar juntes durante esses dias, acompanhando a programação no cinema e se reunindo depois das sessões para falar dos filmes, mas o momento é outro e o que fica é essa sensação de “estar em rede” pela paixão em comum de conhecer novas histórias.

Antes das dicas de filmes pra você começar a sua maratona no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, seguem três motivos pra você não perder o que vai rolar durante esses dias de Festival. Confere.

1. Seminário de Cinema de Curitiba gratuito com cineastas, equipe do Festival e especialistas em linguagem cinematográfica.

2. Ingressos acessíveis. Ingressos a R$ 5,00 pra acompanhar um filme ou programa de curtas.

3. Filmes com acessibilidade. São mais de 10 filmes com Libras, audiodescrição (AD) e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Com exceção do filme de encerramento, os filmes com acessibilidade ficam disponíveis para visualização ao longo de todo o festival.

Sugestões da Trópico para você conferir no Olhar de Cinema

Vange, interpretada por Zélia Duncan, vai a uma festa lésbica pela primeira vez.

Uma paciência selvagem me trouxe até aqui”, de Érica Sarmet.

“Está velha, velha, a mulher / incendiária / eterna iniciante”, diz um verso de Adrienne Rich, poeta que inspira o título desse filme em que uma lésbica incendiária, como todas as que vieram antes e todas as que vêm depois, se relocaliza no mundo a partir do encontro com um grupo de jovens lésbicas na cidade de Niterói. É esse corpo que se transforma em uma encruzilhada para celebrar o “seu tempo”, um tempo que é sempre agora e que conversa com as imagens de arquivo de todas as que já lutaram de dentro do desejo e as projeções de vida que surgem com outras combinações de amor. *(C.A)

Sobre afetos, corpos e identidades.

Como é que a comunicação entre o cineasta surdo Giuliano Robert e sua mãe, ouvinte, se dá no documentário  “A Busca do Eu e o Silêncio”? Como as falas de meninas sobre suas experiências visitando o museu em “Garotas | Museu” ou a escrita de uma carta de amor por meninos de 8 anos em “Palavra Grande” promovem esse encontro entre o mundo adulto e o infantil? De que maneira “Perto de Você” parte da autobiografia de um jovem trans para retratar seu isolamento com o próprio pai? Ou os filmes “Tereza Joséfa de Jesus” e “As Vezes que não estou lá” inauguram novos regimes de representação a partir de mulheres pretas?

“Um céu tão nublado” nos dá novas perspectivas sobre a Venezuela

Com este olhar contemporâneo, notamos que o protagonismo (quem faz os filmes?), representação e representatividade (de que maneira as diferentes identidades são retratadas, e por que são estas as histórias contadas?) são questões cada vez mais centrais. Assim como as discussões de gênero, raça e sexualidade atravessam os filmes e a sua realização. Hoje, podemos afirmar que estética e política andam tão juntas como nunca, e isso se reflete na hora de fazermos filmes, ou vê-los num festival. Afinal, olhando para o futuro, é interessante nos perguntarmos que histórias ainda não estão sendo contadas.

Resultado da parceria entre indígenas e não-indígenas na realização de “Essa terra é nossa”

Essas são algumas sugestões pra você curtir o Festival. Esperamos que goste de nossas dicas e não deixe de conferir a programação completa do 10º Olhar de Cinema, clicando aqui.

Serviço 

Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba 

10º Olhar de Cinema

De 06 a 14 de outubro de 2021- Programação online 

Ingressos: R$ 5,00 por filme ou programa de curtas- Compre aqui. 

Trópico

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